Pelo menos 500 cães estão protegidos na cidade de
Leopoldina/MG contra a leishmaniose visceral, grave doença de saúde pública por
se tratar de uma zoonose de alta letalidade. A Mouragro, em parceria com a ONG
Associação Verdadeiros Amigos dos Cães – AVAC e a prefeitura do município,
distribuiram coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, princípio ativo
repelente e inseticida recomendado pela Organização Mundial da Saúde como uma
das formas de prevenção da doença. A ação aconteceu na Praça Felix Martins no
dia 25 de fevereiro.
Os casos de leishmaniose continuam com crescimento
assustador. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados mais de
1800 casos, entre 2007 e 2010, somente em Minas Gerais. Há poucos casos de
leishmaniose visceral registrados em Leopoldina, mas diversas cidades do Estado
já são consideradas endêmicas. E por ser considerada uma área de risco, é
importante alertar a população para a importância da prevenção, a fim de evitar
que a doença se instale na cidade.
“Estamos
dando mais um passo para prevenir as zoonoses em Minas Gerais, mas é importante
conscientizar os futuros adotantes de cães para que utilizem medidas que
diminuam o risco de infecção de seus novos companheiros. Uma das medidas da
posse responsável, além de manter a vacinação do seu animal em dia é o uso
correto da coleira (Scalibor®) como uma das formas de prevenção da
leishmaniose. Atitudes diárias também fazem a diferença, como a limpeza dos
quintais com a remoção de fezes e restos de folhas e frutas em decomposição,
uma vez que o mosquito transmissor coloca os ovos em locais ricos em matéria
orgânica e com baixa luminosidade”, explica João Carlos Rodrigues Coelho,
veterinário da distribuidora Mouragro.
Agradecemos a Prefeitura Municipal de Leopoldina, a
ONG AVAC e a todos que participaram da ação levando seu animal para receber a
coleira. Pedimos desculpas aos que não conseguimos atender, pois infelizmente o
numero de coleiras era limitado em 500 unidades.
Sobre
a leishmaniose visceral
A leishmaniose
visceral, também conhecida como calazar, é uma doença causada por um
parasita – o protozoário Leishmania chagasi – que se multiplica nas células de
defesa do organismo causando alterações importantes nos rins, fígado, baço e
medula óssea. É uma doença que tem grande importância para a saúde pública por
se tratar de uma zoonose de alta letalidade. Ela é transmitida ao
homem e ao cão, principalmente, através da picada de um mosquito
conhecido popularmente como “mosquito palha”. O cão tem um importante papel
na manutenção da doença no ambiente urbano visto que pode permanecer sem
sintomas, mesmo estando doente.
Considerada
um problema de saúde pública mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a leishmaniose visceral registra anualmente 500 mil novos casos humanos
no mundo com 59 mil óbitos. Hoje já são 12 milhões de pessoas infectadas no
mundo. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. É
a segunda doença parasitária que mais mata no mundo, atrás da malária.
Na
América Latina, ela já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90% dos
casos acontecem no Brasil, onde, em média, 3.500 pessoas são infectadas e o
número de óbitos é de aproximadamente 200, anualmente.
A
doença que até a década de 90 estava concentrada no Nordeste do país, hoje,
está se expandindo para as outras regiões. Por exemplo, as regiões Norte,
Sudeste e Centro Oeste, que na década de 90 representavam menos de 10% do total
de casos, passaram a representar 26% do total de casos em 2001 e mais de 52% do
total de casos em 2008.
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